Contra as privatizações <br>nos transportes
Hoje, às 18.30 horas, tem lugar uma marcha contra as privatizações nos transportes, entre o Largo do Chiado e a Estação da CP do Rossio, em Lisboa. A CDU assume o compromisso de fazer reverter para o controlo público as empresas de transportes privatizadas.
Romper com o caminho que tem sido imposto pelo PS, PSD e CDS
A acção é promovida pela CDU, força política que reclama políticas urgentes no sector dos transportes «apostadas no reforço da qualidade e fiabilidade da oferta, na redução dos preços pagos pelos utentes» e que apostem «na valorização dos trabalhadores».
«Os ganhos de um sistema de transportes públicos não se medem nos balancetes», mas sim «na riqueza criada para o País, no número de pessoas que passa do transporte individual para o colectivo, nos ganhos ambientais e energéticos, no aumento da qualidade de vida dos cidadãos e num espaço urbano mais racional», lê-se no documento da Coligação PCP-PEV a apelar à participação na marcha, onde se defende, por outro lado, o desenvolvimento do aparelho produtivo, «uma prioridade para que em Portugal se produza e distribua riqueza, em vez de mais ricos à custa do empobrecimento geral».
Para que tal aconteça, a CDU afirma que é «preciso romper decididamente com o caminho que tem sido imposto pelo PS, PSD e CDS». «É preciso romper com o bloco central, que tem, alternadamente, imposto um caminho de progressiva privatização dos sectores estratégicos e do aparelho produtivo», acentua a CDU, que assume o compromisso de apresentar na Assembleia da República «propostas no sentido de fazer reverter para o controlo público as empresas de transportes privatizadas».
No documento distribuído pela CDU, esclarece-se que as parcerias público-privadas (PPP) ficam mais caras para o Estado. A título de exemplo refere-se que o Grupo Avanza, que venceu o processo de subconcessão do Metropolitano de Lisboa e da Carris, vai receber em oito anos 1065 milhões de euros.
Também os utentes saem prejudicados com as PPP. Na CP, o custo de um bilhete simples para o percurso Cascais-Cais do Sodré é de 2,15 euros e a assinatura 47,75 euros. Na Fertagus, num percurso semelhante, entre Coina e Entrecampos, o bilhete custa 3,20 euros e a assinatura 80,20 euros.
Como afirma a Coligação PCP-PEV, as privatizações só são boas para quem compra as empresas. O preço pelo qual o Governo «ofereceu» a TAP foi de 10 milhões, quando o preço de cada um dos 14 aviões A330 é de 220 milhões de euros. A TAP tem ainda quatro A340, 21 A319, 19 A320 e três A321.
Solidariedade com o povo grego
Perante o inaceitável processo de ingerência e chantagem da União Europeia e do FMI contra o povo grego e as suas opções, a Direcção da Organização Regional de Lisboa do PCP vai promover um acto de solidariedade com o povo grego na marcha contra as privatizações dos transportes.
«Condenamos a inaceitável postura de alinhamento do Governo PSD/CDS e do Presidente da República no processo de pressão contra o povo grego», afirmam os comunistas de Lisboa.
Esta iniciativa conta com a participação de Armindo Miranda, da Comissão Política do Comité Central do PCP, e de João Ferreira, do Comité Central do PCP, deputado no Parlamento Europeu e vereador na Câmara Municipal de Lisboa.